Vivemos dias em que a
traição deixou de ser um ato pontual para se tornar um estilo de vida para
alguns. A figura de Judas Iscariotes, que outrora nos causava espanto pelo seu
ato de trair o Mestre com um beijo, hoje encontra paralelos dolorosamente reais
em nosso cotidiano. Mas há uma diferença: o Judas moderno não se arrepende nem
se enforca; o Judas moderno é tão trapaceiro que voltará para beijar seu rosto
quantas vezes você permitir.
A Palavra nos diz que, Judas
foi consumido pelo remorso após perceber a gravidade do que havia feito. Ele
devolveu as trinta moedas de prata e, desesperado, deu fim à própria vida
(Mateus 27:3-5). Porém, o traidor dos nossos dias muitas vezes não sente
remorso. Ele se especializa em manipulação emocional, se disfarça de amigo, pede
perdão, espiritualiza suas intenções e finge inocência para manter-se próximo —
sempre à espreita de uma nova oportunidade de enganar.
A Palavra nos adverte sobre
esse tipo de comportamento. Paulo escreve:
“Isso não é de admirar, pois
o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Portanto, não é surpresa que os
seus servos finjam ser servos da justiça. O fim deles será o que as suas ações
merecem.” 2 Coríntios 11:14-15
Os “Judas modernos” têm
aparência de piedade, mas negam a eficácia dela (2 Timóteo 3:5). Aproximam-se
com palavras doces e gestos afetuosos, mas no coração tramam o mal. Diferente
do Judas bíblico que teve ao menos um momento de remorso, os traidores atuais
se repetem sem culpa — voltam, sorriem, abraçam... e ferem de novo.
Esse tipo de pessoa só
continuará a agir enquanto você permitir. É necessário, com discernimento
espiritual, saber a hora de afastar-se, perdoar sim — como Cristo nos ensinou
—, mas não alimentar ciclos tóxicos de traição. Jesus perdoou, mas não impediu Judas
de sair do cenáculo após o beijo da hipocrisia (João 13:27).