PT planeja se infiltrar na “CPI do Roubo dos Aposentados” para implodir as investigações.


Vladimir Chaves


Sem conseguir barrar a criação da CPI do INSS, o PT agora atua nos bastidores para preencher os assentos da comissão com aliados do governo Lula. A manobra tem um objetivo pontual: garantir o controle sobre os rumos da investigação que apura fraudes bilionárias em aposentadorias e pensões, com descontos indevidos que já atingem milhares de beneficiários.

A estratégia do partido inclui a articulação para garantir maioria governista entre os titulares e suplentes da CPI, o que permitiria ditar o ritmo dos trabalhos, escolher o relator e, eventualmente, blindar figuras próximas ao Planalto de possíveis convocações.

Antes disso, a sigla tentou esvaziar politicamente a CPI, pressionando líderes partidários a não indicarem nomes. Com a pressão popular e a adesão da oposição, a tática não funcionou, e o governo mudou de postura: se não pode impedir a CPI, o plano passou a ser dominá-la por dentro.

A movimentação do PT abriu críticas nas redes sociais, sobretudo entre parlamentares da oposição, que acusam o governo de tentar transformar uma investigação legítima em palanque político para desviar o foco da responsabilidade administrativa.

A CPI foi protocolada após forte mobilização de aposentados, entidades civis e parlamentares da oposição, diante das denúncias de que empresas, com suposta anuência de órgãos públicos, realizaram descontos indevidos nas aposentadorias. O Palácio do Planalto nega envolvimento direto no esquema.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

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Ocrim: CGU e Ministério Público apuram fraudes em decisões judiciais na Paraíba


Vladimir Chaves


O Ministério Público da Paraíba e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizaram, hoje (16), a 2ª fase da Operação Retomada, voltada para investigar um esquema montado por magistrado, advogados, servidores públicos e associações fraudulentas, que promoviam descontos financeiros indevidos nos pagamentos realizados sobre aposentados e pensionistas. As fraudes atingiram mais de 100 mil aposentados e pensionistas de todo o país, com descontos ilegais nos benefícios previdenciários que somam mais de R$ 126 milhões.

Nessa fase da operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, na Paraíba em João Pessoa, Cabedelo e Sapé e na cidade de São Paulo (SP). A primeira fase foi realizada em dezembro passado.

Segundo as investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do MP paraibano, as associações fraudulentas ajuizaram ações coletivas visando obter vantagens ilícitas. Até o momento as investigações identificaram 11 associações e entidades fraudulentas que moveram mais de 230 ações coletivas no Estado da Paraíba.

As ações utilizavam a Comarca de Gurinhém (PB), dominada pela organização criminosa (Orcrim), mesmo sem existir qualquer conexão territorial com as partes envolvidas. O intuito era de promover, a partir de decisões judiciais ilegítimas e ilícitas, diversas modalidades de irregularidades.

Agentes públicos e particulares – incluindo um servidor do Poder Judiciário Estadual e advogados atuavam no esquema. Por meio desses processos judiciais, os investigados buscavam obter decisões para realizar descontos indevidos nos benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas de diversos órgãos públicos, incluindo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O esquema praticava sistematicamente fraudes, envolvendo empréstimos ofertados a idosos, por meio de associações fictícias. Esses empréstimos ocorriam disfarçados de contribuições para as associações fraudulentas e eram operados por instituições financeiras informais, à margem da regulação do Banco Central (BC) e das normas de proteção ao consumidor.

"Essas entidades, controladas por advogados vinculados à organização criminosa, aliciavam aposentados e pensionistas — especialmente os mais vulneráveis — induzindo-os à assinatura de termos de adesão que, na prática, encobriam contratos de mútuo com juros abusivos, disfarçados de mensalidades para serviços inexistentes”, informou o MP da Paraíba.

Nas ações, a Orcrim pleiteava, por meio de requerimentos, as homologações extrajudiciais das “adesões”, sem contraditório e sem atuação do Ministério Público. Os investigadores apontam ainda que as decisões ocorriam em tempo recorde e tinham como base documentação forjada.

“Em muitos casos, as vítimas sequer tinham ciência da existência das ações, tomando conhecimento apenas quando seus proventos eram atingidos. Alarmantemente, tais demandas tramitavam sob segredo de justiça, obstando a atuação institucional e o exercício da ampla defesa por consumidores hiper vulneráveis”, disse o MP.

Milhas

O esquema visava ainda a concessão de liminares para excluir registros negativos em cadastros de proteção ao crédito, como o SPC e o Serasa, sem a efetiva quitação dos débitos; a suspensão dos descontos de empréstimos consignados em contracheques de servidores, aposentados e pensionistas.

O objetivo era de liberar artificialmente margem consignável para novas contratações de empréstimos, sem o pagamento das operações anteriores.

Além disso, as liminares miravam também a reativação de milhas e créditos expirados em programas de fidelidade de companhias aéreas ou mesmo a reversão de políticas contratuais desses programas, gerando benefícios financeiros indevidos aos participantes do esquema.

“As ações ajuizadas pelas associações tinham como objetivo promover a obtenção de vantagens ilícitas ao grupo criminoso, manipulando o sistema judicial e causando prejuízo significativo, tanto aos idosos quanto ao sistema financeiro. Tais práticas não apenas lesam diretamente os direitos de pessoas idosas, muitas vezes vulneráveis, mas também desestabilizam a confiança no sistema financeiro e judicial, causando impactos negativos em larga escala”, disse a CGU.

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Desrespeito aos princípios constitucionais da separação de Poderes aumenta tensão entre STF e Câmara dos Deputados


Vladimir Chaves


As relações entre a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal (STF) continuam sob tensão, mesmo após a recente liberação dos pagamentos de emendas parlamentares, que havia gerado atrito entre os dois Poderes. Agora, o foco do embate é a decisão do STF de suspender apenas parcialmente a ação penal contra o deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ), contrariando a deliberação da Câmara.

Por unanimidade (5 votos a 0), a Primeira Turma do STF decidiu limitar a suspensão do processo apenas aos fatos ocorridos após Ramagem assumir o mandato. Com isso, o parlamentar segue como réu pelos crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

A decisão da Corte provocou forte reação da Câmara. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), acionou formalmente o STF para exigir que seja respeitada a decisão do plenário da Câmara, que havia aprovado, com 315 votos favoráveis, a suspensão integral da ação penal contra Ramagem.

No documento encaminhado à Suprema Corte, a Câmara argumenta que a decisão da Primeira Turma fere de forma "direta e frontal" os princípios constitucionais da separação de Poderes e da imunidade parlamentar.

O episódio aprofunda um conflito institucional que vem se desenhando nos últimos meses. De um lado, a Câmara busca afirmar sua autonomia e preservar as prerrogativas parlamentares; de outro, o STF atua com base na proteção da ordem constitucional e no combate a possíveis abusos.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

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Calculadora de renda variável pode facilitar investimentos no mercado financeiro


Vladimir Chaves


Uma nova ferramenta promete descomplicar a vida dos brasileiros na hora de declarar investimentos em renda variável. Lançado na última semana, o Programa de Apuração do Imposto sobre Renda da Pessoa Física incidente sobre Operações de Renda Variável (ReVar) automatiza todo o processo de cálculo e declaração dos ganhos com ativos negociados em bolsa.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Receita Federal e a B3, com o objetivo de incentivar mais pessoas a investir no mercado de ações, eliminando um dos principais entraves para iniciantes: a complexidade da apuração do imposto devido.

A calculadora do ReVar está disponível gratuitamente na Área do Investidor, no site da B3. A plataforma reúne os dados das operações realizadas pelos contribuintes — a partir das informações enviadas pelas corretoras — e calcula automaticamente os ganhos ou prejuízos líquidos. Caso haja imposto a pagar, o sistema emite o Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) para pagamento.

Para utilizar o ReVar, o investidor precisa autorizar, conforme previsto na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), o compartilhamento de suas informações com a Receita Federal. A partir do 10º dia do mês seguinte à autorização o uso da plataforma é liberado.

quarta-feira, 14 de maio de 2025

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Vítimas da quadrilha do INSS, recebem hoje (13), notificações para serem ressarcidos.


Vladimir Chaves


A partir desta terça-feira (13), os aposentados e pensionistas que foram roubado em seus benefícios por meio de associações irão receber uma notificação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A mensagem será enviada pelo aplicativo Meu INSS.

Na mensagem, irão constar os descontos (valores) e os nomes das entidades.

O aposentado ou pensionista que for notificado deverá indicar se autorizou ou não o desconto já na quarta-feira (14). 

Se o beneficiário informar que não autorizou, poderá pedir o ressarcimento dos valores também na quarta-feira.

No total, segundo o INSS, 9 milhões de beneficiários receberão a mensagem.

Os aposentados e pensionistas vítimas de descontos não autorizados de mensalidades associativas serão ressarcidos pelos prejuízos sofridos entre março de 2020 e março de 2025.

Alerta

O INSS alerta que:

A notificação será enviada somente pelo aplicativo Meu INSS

Não haverá contato por telefone, envio de SMS para celular. O INSS não tem intermediários.

Em caso de dúvida, ligue para central de teleatendimento 135. A central funcional de segunda a sábado, das 7h às 22h.

Acesse o aplicativo Meu INSS para facilitar que as notificações apareçam automaticamente em seu celular.

Como será o reembolso

Assim que o beneficiário informar que não autorizou o desconto, o INSS irá acionar a associação para que faça o pagamento e apresente documentação.

O instituto informa que o aposentado e pensionista não precisa apresentar qualquer documento.

A associação terá 15 dias úteis para fazer o pagamento. As que não realizarem serão acionadas judicialmente.

terça-feira, 13 de maio de 2025

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