O Judas moderno não se arrepende


Vladimir Chaves

Vivemos dias em que a traição deixou de ser um ato pontual para se tornar um estilo de vida para alguns. A figura de Judas Iscariotes, que outrora nos causava espanto pelo seu ato de trair o Mestre com um beijo, hoje encontra paralelos dolorosamente reais em nosso cotidiano. Mas há uma diferença: o Judas moderno não se arrepende nem se enforca; o Judas moderno é tão trapaceiro que voltará para beijar seu rosto quantas vezes você permitir.

A Palavra nos diz que, Judas foi consumido pelo remorso após perceber a gravidade do que havia feito. Ele devolveu as trinta moedas de prata e, desesperado, deu fim à própria vida (Mateus 27:3-5). Porém, o traidor dos nossos dias muitas vezes não sente remorso. Ele se especializa em manipulação emocional, se disfarça de amigo, pede perdão, espiritualiza suas intenções e finge inocência para manter-se próximo — sempre à espreita de uma nova oportunidade de enganar.

A Palavra nos adverte sobre esse tipo de comportamento. Paulo escreve:

“Isso não é de admirar, pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Portanto, não é surpresa que os seus servos finjam ser servos da justiça. O fim deles será o que as suas ações merecem.” 2 Coríntios 11:14-15

Os “Judas modernos” têm aparência de piedade, mas negam a eficácia dela (2 Timóteo 3:5). Aproximam-se com palavras doces e gestos afetuosos, mas no coração tramam o mal. Diferente do Judas bíblico que teve ao menos um momento de remorso, os traidores atuais se repetem sem culpa — voltam, sorriem, abraçam... e ferem de novo.

Esse tipo de pessoa só continuará a agir enquanto você permitir. É necessário, com discernimento espiritual, saber a hora de afastar-se, perdoar sim — como Cristo nos ensinou —, mas não alimentar ciclos tóxicos de traição. Jesus perdoou, mas não impediu Judas de sair do cenáculo após o beijo da hipocrisia (João 13:27).

quinta-feira, 17 de julho de 2025

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Quando Jesus Me Salvou...


Vladimir Chaves

Vivi momentos em que o peso da tristeza e da dor parecia esmagar meu coração, roubando-me a paz e a alegria de viver. O hino 188 da Harpa Cristã, “Quando Jesus Me Salvou”, expressa com profundidade essa realidade que experimentei:

“Quando Jesus me salvou,

E a alma minha libertou,

De tristeza e tormento,

Senti doce contentamento.”

Esse trecho me faz ter a certeza de que a verdadeira libertação vem do Senhor. Quando entregamos nossa vida a Jesus, Ele nos liberta das amarras da tristeza, da angústia, do medo e do sofrimento. É um encontro que traz uma alegria que o mundo não pode dar — um contentamento que preenche o vazio da alma.

“E ali caiu um fardo de tristeza e de dor,

Que me oprimia a alma, e me roubava a paz.”

Aqui experimentei a promessa de alívio para quem carregava um fardo pesado. Jesus retirou tudo aquilo que oprimia meu espírito — toda ansiedade, culpa, medo e angústia. Ele me ofereceu descanso e renovação.

“Agora sou feliz, pois Jesus me salvou,

De todo mal e perigo me livrou.”

Minha salvação é uma experiência real e viva de libertação e proteção pelo amor de Deus. Por meio de Jesus, venci o mal, venci uma batalha espiritual que eu sequer sabia que estava enfrentando. Só quando Ele me abriu os olhos foi que entendi o tamanho do problema que estava à minha frente. Com Ele, enfrentei e venci. Hoje caminho seguro, mesmo em meio às tempestades da vida.

“Glória, aleluia, bendito Jesus,

Que me deu esta alegria e paz.”

Hoje, meu maior prazer é reconhecer e louvar o Senhor por essa dádiva maravilhosa. A paz que Jesus nos dá não depende das circunstâncias; ela é fruto da presença constante do Salvador em nosso coração.

Senhor Jesus, obrigado porque, quando Te encontrei, um fardo pesado caiu do meu coração. Ajuda-me a confiar sempre em Ti, para continuar nesse descanso e na verdadeira alegria. Que eu possa viver proclamando a paz e o amor que só Tu podes dar. Amém.

                                                    (Jornalista Vladimir Chaves)

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O lar é templo de Deus, deixe que o Espírito Santo reine nele.


Vladimir Chaves


O lar foi criado por Deus para ser um lugar de refúgio, consolo, restauração e amor. Porém, muitos lares têm se tornado campos de batalha, ambientes de gritos, mágoas e conflitos constantes. É preciso entender que o lar não é apenas uma construção de tijolos, mas um espaço espiritual onde Deus deseja habitar.

Quando a carne governa, quando há falta de domínio próprio, palavras duras, humilhações e violências verbais, cria-se uma brecha perigosa para a atuação do inimigo. O apóstolo Paulo alerta: “Se vocês se deixam dominar pela natureza humana, o resultado é óbvio: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúmes, ira...” (Gálatas 5:19-20).

Quando a atmosfera da casa se enche de gritos e acusações, o lar deixa de ser abrigo e passa a ser um ambiente de guerra. Deus nos adverte em Provérbios 15:1: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”

É preciso vigiar. O tom de voz com que nos dirigimos àqueles que amamos revela quem está no controle: se o Espírito Santo ou a carne. Onde o Espírito reina, os frutos se manifestam: “amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22-23). Mas onde reina a carne, reina também a confusão.

Não se engane: brigas constantes, agressões verbais entre cônjuges, gritos de pais contra filhos, filhos que reagem com raiva — isso não é “normal da convivência”; é um problema espiritual. É a evidência de que algo precisa urgentemente ser curado, restaurado e transformado. O inimigo se aproveita da falta de vigilância para semear divisão e tornar o lar em campo de destruição emocional e espiritual.

A boa notícia é que a restauração é possível. Jesus transforma lares quando encontra corações arrependidos. Quando a oração substitui os gritos, quando o jejum toma o lugar da acusação, quando o perdão quebra o ciclo da mágoa, então a paz volta a reinar. O Espírito Santo habita onde há verdade, mansidão e reverência. Que seu lar volte a ser templo. Que seu descanso não seja interrompido por contendas, mas envolto pela presença de Deus. Comece hoje. Feche as brechas. Deixe o Espírito de Deus reinar.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

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Cidade de Derinkuyu: O refúgio subterrâneo dos cristãos perseguidos


Vladimir Chaves

Nas entranhas da região da Capadócia, na atual Turquia, repousa uma das mais impressionantes obras da antiguidade: Derinkuyu, uma cidade subterrânea multiestrutural esculpida em rochas vulcânicas macias. Com até 85 metros de profundidade e capacidade para abrigar cerca de 20 mil pessoas, Derinkuyu não é apenas um feito de engenharia antiga — ela é símbolo de resistência, fé e sobrevivência dos cristãos primitivos em tempos de perseguição.

Origem e Estrutura da Cidade

Embora a origem exata de Derinkuyu ainda seja debatida entre historiadores, acredita-se que sua construção inicial remonte aos hititas (século XV a.C.), sendo posteriormente ampliada por diversas civilizações, como os frigios, romanos e bizantinos. O uso mais marcante da cidade, no entanto, se deu durante os primeiros séculos do cristianismo, principalmente entre os séculos II e VII d.C., quando os cristãos fugiam das perseguições romanas e, mais tarde, árabes.

Derinkuyu possuía tudo o que uma cidade da superfície necessitava: escolas, igrejas, poços de ventilação, vinícolas, estábulos, cozinhas, dormitórios, armazéns de alimentos e até um refeitório comum. As portas de pedra, que podiam ser roladas para bloquear túneis, permitiam isolamento completo em caso de ataque, funcionando como uma fortaleza oculta.

Um Refúgio para os Perseguidos

Com o crescimento do cristianismo nos primeiros séculos da era cristã, os seguidores de Jesus passaram a ser considerados inimigos do Estado romano. Muitos foram martirizados, perseguidos e forçados a viver na clandestinidade. Em resposta, comunidades cristãs buscaram refúgio em lugares inóspitos e discretos — e Derinkuyu foi um desses lugares.

Ali, nas profundezas da terra, eles podiam se reunir em segurança para adorar, orar, ensinar e preservar a fé. As igrejas esculpidas nas rochas revelam símbolos cristãos, como cruzes e figuras dos apóstolos, indicando que a fé era vivida com intensidade mesmo na adversidade.

Esse modo de vida nos lembra as palavras de Jesus:

“E sereis odiados de todos por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mateus 10:22).

Derinkuyu e o Cristianismo da Resistência

A existência de Derinkuyu mostra que a Igreja de Cristo nunca foi construída apenas em templos visíveis, mas em corações dispostos a crer mesmo quando tudo parecia perdido. A fé vivida na Capadócia foi uma fé que resistiu às trevas — não só as físicas das cavernas, mas às da perseguição cruel e implacável.

Esses cristãos subterrâneos mantinham a chama da esperança acesa. Eles criaram comunidades coesas, baseadas na partilha, na oração e na doutrina dos apóstolos — vivendo o evangelho com coragem e simplicidade.

O apóstolo Paulo, que passou por regiões próximas, afirmou:

“Somos atribulados em tudo, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (2 Coríntios 4:8-9).

Legado Espiritual

Hoje, Derinkuyu é uma relíquia arqueológica e um testemunho vivo da coragem dos cristãos primitivos. Seus túneis silenciosos ecoam as vozes da fé que não se rendeu. Eles nos desafiam a refletir: Será que estamos dispostos a viver com a mesma intensidade e compromisso, mesmo sem perseguições?

A cidade subterrânea não foi apenas uma moradia temporária, mas um altar de resistência, um símbolo de que o Reino de Deus cresce mesmo debaixo da terra, mesmo escondido, mesmo pressionado. E isso nos ensina que a verdadeira fé não depende de circunstâncias favoráveis, mas de um coração que escolhe permanecer firme, mesmo nas profundezas.

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Uma geração que “ama” o Jesus que conforta e rejeita o que confronta.


Vladimir Chaves

Vivemos tempos onde a fé tem sido moldada mais pela cultura das redes sociais do que pela verdade das Escrituras. A geração atual, muitas vezes, tem abraçado um Cristo seletivo — aquele que conforta, que cura, que prospera, que abraça — mas rejeita o Cristo que confronta, que exorta, que corrige e que chama ao arrependimento.

É fácil amar o Jesus que perdoa a mulher adúltera, mas ignorar o Jesus que disse: “Vá e abandone sua vida de pecado" (João 8:11). O Cristo da Bíblia não é um amigo tolerante, é um Senhor que exige mudança, renúncia e santidade. O problema é que muitos querem um Salvador, mas não querem um Senhor. Querem bênçãos do Reino, mas não aceitam viver sob o governo do Rei.

Essa geração que publica versículos com filtros bonitos nas redes sociais muitas vezes vive como escrava de prazeres que agradam ao diabo. Se embriagam, se perdem em músicas que glorificam a promiscuidade, o adultério, a violência e as drogas. São “seguidores de Jesus” nos stories, mas negam a cruz no cotidiano.

O apóstolo Paulo alertava sobre essa realidade espiritual e moral dos dias atuais:

"Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afasta-te também destes." (2 Timóteo 3:1-5)

Essa é uma geração que detesta ser confrontada. Basta um sermão mais firme sobre santidade, sobre pecado, sobre inferno ou arrependimento, e já surgem acusações de “julgamento” ou “religiosidade”. Mas o evangelho verdadeiro não passa pano para o pecado — ele o denúncia. Deus nos ama como somos, mas nos ama tanto que não nos deixa permanecer como estamos.

O que falta a essa geração é temor de Deus. Não o medo servil, mas o temor reverente, que reconhece a santidade de Deus, que leva ao arrependimento sincero, à renúncia de si mesmo, à busca por uma vida limpa e separada para Deus.

Enquanto o coração não for quebrantado, enquanto a cruz for apenas um acessório e não um estilo de vida, o evangelho continuará sendo apenas um “tema bonito” para ser postado, e não uma verdade que salva, liberta e transforma.

Cristo não veio para ser moldado à imagem das preferências humanas. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre (Hebreus 13:8). Ele conforta os cansados, sim, mas também confronta os pecadores. Ele cura os feridos, mas também fere com a verdade que salva. A geração que rejeita o confronto rejeita a correção que leva à salvação. E sem arrependimento, não há reconciliação com Deus.

Assim diz o Senhor:

"Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados” (Atos 3:19)

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Pregadores com pouca Palavra e muita performance


Vladimir Chaves


Vivemos tempos em que muitos púlpitos foram transformados em palcos, onde a eloquência, a performance e o carisma são mais valorizados do que a fidelidade à Palavra de Deus.

A Bíblia, no entanto, já previa tempos assim — e nos adverte contra isso.

"Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntaram mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos”  2 Timóteo 4:3

Nos dias de Jeremias, já existiam aqueles que falavam apenas o que vinha do coração deles — visões, ideias e sonhos pessoais — não o que vinha da parte do Senhor.

"Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não ouçam o que os profetas estão profetizando para vocês; eles os enchem de falsas esperanças. Falam de visões inventadas por eles mesmos e que não vem da boca do Senhor” Jeremias 23:16

Deus continua dizendo: "Eu não os enviei!"

Jesus não prometeu fama e aplausos para aqueles que o seguissem. Pelo contrário, o verdadeiro Evangelho é caminho de renúncia e transformação.

"Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me." Mateus 16:24

Entretanto, muitos pregadores ao invés trazerem a mensagem da cruz oferecem uma mensagem que promove autoestima, prosperidade material e sucesso terreno. Esse evangelho não confronta o pecado, não serve para a salvação, não prega arrependimento e nem transforma.

Paulo confronta esse tipo de evangelho:

“Pois a nossa exortação não tem origem no erro nem motivos impuros, nem temos intenção de enganá-los; ao contrário, como homens aprovados por Deus para nos confiar o evangelho, não falamos para agradar pessoas, mas a Deus, que prova o nosso coração” 1 Tessalonicenses 2:3-4

A Palavra de Deus não precisa de enfeites ou manipulações emocionais para ter poder.

"A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder." 1 Coríntios 2:4

O que transforma vidas não é o estilo do pregador, mas a presença do Espírito Santo através da Palavra pregada com verdade e unção. Quando substituem isso por mungangas e frases emotivas, perdem a essência do ministério.

Pregadores que falam muito, mas dizem pouco da Palavra, podem até emocionar, mas não alimentam espiritualmente. O povo de Deus precisa da sã doutrina, de púlpitos cheios da Bíblia, e de pregadores que estejam mais preocupados em agradar ao Céu do que aos homens.

"Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda paciência e doutrina." 2 Timóteo 4:2

Que o Senhor levante uma geração de mensageiros com temor, cheios da Palavra, ungidos pelo Espírito, e dispostos a pregar com fidelidade — mesmo que não renda aplausos e selfies.

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Quando falta direção, sobra tentação


Vladimir Chaves

O diabo tentou Eva no Éden porque encontrou nela algumas brechas que o tornaram oportuno para agir. Eva estava sozinha, isolada de Adão. Estava disponível para escutar o que não edificava. Ouviu o que vinha das trevas, desejou mais do que já tinha, e não conhecia profundamente o que Deus havia dito. Além disso, ela decidiu buscar por si mesma, agiu sem consultar, sem pedir direção ao Criador.

Essas mesmas brechas continuam existindo até hoje. O inimigo ainda usa as mesmas estratégias: o isolamento, a curiosidade sem discernimento, o desejo desordenado, a ignorância da Palavra e a autossuficiência. É por isso que é preciso vigiar constantemente. A serpente pode tentar seduzir com mentiras disfarçadas de verdade. É necessário ter espírito de discernimento, conhecer profundamente a Palavra, buscar sabedoria e permanecer cheio do Espírito Santo.

O apóstolo Paulo já nos alertava:

"Vistam toda armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciliadas do diabo" (Efésios 6:11).

Não seja presa fácil. Fortaleça sua fé, caminhe em comunhão e dependa da direção do Espírito. As armadilhas são antigas, mas a vitória é sempre para quem anda com Deus.

terça-feira, 15 de julho de 2025

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A terceira idade aos olhos de Deus


Vladimir Chaves


A velhice não é um fardo, é um testemunho. Cada fio branco é um marco de fé, cada passo mais lento é sinal de uma caminhada longa com Deus. A terceira idade não representa o fim, mas o amadurecimento de uma alma que já foi regada por muitas estações.

Enquanto o mundo celebra juventude, força e velocidade, o Reino de Deus honra a sabedoria, a paciência e os frutos colhidos com o tempo. A Bíblia nunca desprezou os anciãos. Pelo contrário, em Provérbios 16:31 está escrito:

"O cabelo grisalho é uma coroa de esplendor, e obtém-se mediante uma vida justa."

Há uma beleza singular em quem já viveu anos com o Senhor. Essas pessoas se tornam fontes de conselho, abrigo em tempos de incerteza, colunas em tempos de ventos fortes. Os idosos piedosos são como árvores antigas que, embora não floresçam como antes, continuam dando sombra, segurança e direção.

Deus não se esquece dos Seus na velhice. Isaías 46:4 nos lembra:

"Mesmo na velhice, quando tiverem cabelos brancos, eu sou aquele, aquele que os susterá. Eu os fiz e eu os levarei; eu os sustentarei e eu os salvarei."

Esse é o cuidado eterno do Pai com aqueles que envelhecem Nele.

A terceira idade é tempo de recolher o que foi semeado: orações, renúncias, fidelidade. É tempo de ensinar com o exemplo, de discipular com ternura, de inspirar com o olhar. Muitos pensam que, ao envelhecer, sua missão acaba — mas no Reino de Deus, ninguém é descartado. Moisés foi chamado aos 80 anos. Ana, a profetisa, servia no templo mesmo em sua velhice. Deus não aposenta os seus servos — Ele os honra até o último fôlego.

Se você está vivendo essa fase, saiba: você é precioso aos olhos de Deus. Você ainda é vaso útil nas mãos de Deus. Na proporção que suas forças diminuem, a graça aumenta. A velhice com Deus não é decadência, é maturidade espiritual.

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Discernimento espiritual: O GPS celestial que nos guarda do engano


Vladimir Chaves

Quando nos rendemos de verdade, o Espírito Santo começa a iluminar nossa jornada com discernimento e direção. A caminhada de fé exige luz no caminho, pois nem tudo que parece bom é, de fato, certo; nem todo caminho bonito é seguro; nem toda decisão, ainda que bem-intencionada, atende aos propósitos de Deus.

Por isso, o discernimento espiritual não é apenas um dom útil — ele é essencial. É ele que nos capacita a identificar as armadilhas invisíveis do inimigo, evitando que desperdicemos anos com decisões erradas, relacionamentos sem propósito, escolhas que não refletem o coração de Deus, e até mesmo ministérios que não nasceram no céu. O discernimento é o GPS celestial que recalcula rotas antes do desastre e nos realinha com o plano divino.

A Palavra nos orienta:

"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2)

É através da renovação da mente e da sensibilidade ao Espírito que recebemos discernimento para seguir não apenas o que parece certo, mas o que é certo aos olhos de Deus.

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Priorize a sua alma: A salvação começa em você


Vladimir Chaves

"Uma alma que você tem que ganhar todos os dias é a sua." Essa frase nos convida à reflexão sobre o valor eterno da nossa própria alma. Muitas vezes, nos dedicamos a conquistas externas – status, bens, reconhecimento – e esquecemos que a maior batalha espiritual acontece dentro de nós, todos os dias.

Jesus fez um alerta claro sobre isso:

"Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Marcos 8:36).

A nossa alma é a nossa maior riqueza. Nenhuma conquista neste mundo pode se comparar ao valor da salvação. Por isso, precisamos buscar, diariamente, a presença de Deus, renunciar às nossas vontades carnais e viver de forma reta diante do Senhor e da Sua Palavra.

A salvação não é algo que se conquista apenas uma vez e está garantida. Ela é uma caminhada contínua de fé, arrependimento, obediência e renovação. Todos os dias, lute pela sua alma. Porque, no final, é ela quem estará diante de Deus por toda a eternidade.

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A oração e a semente: O que você planta, você colhe


Vladimir Chaves

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” Gálatas 6:7

A oração insistente revela que confiamos no caráter de Deus. Quando oramos sem cessar, mostramos que cremos não apenas em Suas promessas, mas também em Sua fidelidade, bondade e justiça. Perseverar em oração é declarar com atos que Deus é digno de confiança, mesmo quando os olhos ainda não veem os resultados.

A vida é como um campo, e a colheita é o que você vive. Tudo o que experimentamos hoje é fruto do que semeamos ontem — ações, palavras, pensamentos, intenções. Sementes invisíveis, como ofensas guardadas, fofocas lançadas ao vento, orgulho disfarçado de autodefesa ou julgamentos precipitados, parecem pequenas e silenciosas, mas produzem frutos amargos com o tempo.

Por isso, é urgente plantar fé, plantar verdades que libertam, plantar coragem diante das lutas, plantar discernimento espiritual para não se enganar, e sobretudo, plantar arrependimento para limpar o solo do coração. O campo é o seu coração, e Deus honra cada boa semente que ali é plantada. A colheita de amanhã depende do que você planta hoje — plante com fé, e confie no Deus que faz crescer.

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Discernimento de espíritos: Um dom essencial para a igreja de hoje


Vladimir Chaves

O dom de discernimento de espíritos é uma capacitação espiritual dada por Deus para que o cristão possa perceber a origem e a natureza espiritual de uma situação ou manifestação. Esse discernimento pode revelar se algo vem de Deus, é fruto da carne humana ou procede do inimigo. Trata-se de uma habilidade sobrenatural, não baseada em intuição ou julgamento humano, mas na revelação do Espírito Santo.

Um exemplo claro desse dom está em Atos 16:16-18, quando o apóstolo Paulo, durante seu ministério, discerniu que uma jovem que parecia anunciar a verdade estava, na verdade, possuída por um espírito de adivinhação. Mesmo dizendo palavras aparentemente corretas — “Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação” — Paulo reconheceu que aquilo não vinha de Deus, mas era uma tentativa maligna de confundir e enganar. Ele então repreendeu e expulsou o espírito da jovem.

Nos dias atuais, o discernimento de espíritos continua sendo um dom essencial. Vivemos em tempos de intensa confusão espiritual, onde falsas doutrinas, líderes disfarçados e manifestações enganosas têm se infiltrado até mesmo em ambientes religiosos. Esse dom permite que a igreja identifique com clareza o que é verdadeiramente de Deus e o que é apenas uma imitação maligna ou emocional.

O discernimento espiritual protege a igreja do engano, fortalece sua santidade e preserva a sã doutrina. É um dom que precisa ser buscado e cultivado, especialmente por líderes espirituais, intercessores e todos os que atuam na edificação do corpo de Cristo. Mais do que nunca, precisamos de olhos espirituais abertos para permanecermos firmes na verdade do Evangelho.


segunda-feira, 14 de julho de 2025

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O Deus que me chamou não rejeita o conhecimento


Vladimir Chaves

Como alguém que recentemente entregou a vida a Cristo, tenho enfrentado obstáculos por todos os lados. A caminhada do novo convertido é cheia de desafios, e o que mais me surpreende é que muitos desses desafios não vêm do mundo, mas de dentro da própria comunidade religiosa. Parece que o simples fato de começar a viver uma fé autêntica incomoda. Já enfrentei julgamentos, fofocas, olhares irônicos, acusações levianas e até calúnias. Mas há um tipo de crítica que me chama mais atenção: a rejeição ao saber.

Tenho ouvido frases como “Deus não precisa de diploma”, ou “quem tem estudo não serve pra igreja”, como se o fato de ter estudado fosse uma barreira para servir a Deus. Certa vez, uma pessoa próxima ironizou minha fé dizendo: “Você virou evangélico? Como pode alguém com estudo virar beato de igreja?”. Essa postura revela um preconceito duplo: contra a fé e contra o conhecimento. Mas o Evangelho jamais foi inimigo da sabedoria — pelo contrário, exalta a verdadeira sabedoria, aquela que vem do alto.

É preciso lembrar que nem todos os discípulos eram iletrados ou simples pescadores. O apóstolo Paulo, por exemplo, era um homem extremamente culto, formado aos pés de Gamaliel, um dos maiores mestres do judaísmo (Atos 22:3). Lucas, autor do Evangelho que leva seu nome e de Atos dos Apóstolos, era médico (Colossenses 4:14). Mateus era cobrador de impostos, função que exigia habilidades administrativas e numéricas. Portanto, Deus não despreza a formação humana — Ele a usa para o propósito do Reino.

A verdade é que Deus não rejeita o conhecimento, mas sim o orgulho humano. Ele usa tanto o simples quanto o instruído, contanto que haja coração rendido. O que Ele não aceita é covardia espiritual. E isso, graças a Deus, eu não tenho. Coragem me sobra. Por isso, cada pedra lançada em minha direção, em vez de ferir, se torna parte do alicerce da minha fé.

Cristo não me chamou para agradar homens, mas para segui-Lo. E é isso que farei. Porque “o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5:4).

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A espada na bainha: Quando a Bíblia é lida, mas não é pregada


Vladimir Chaves

Uma Bíblia lida sem o comentário em seguida é uma espada na bainha — uma leitura que não corta.

A Bíblia é aberta apenas como ritual, lida sem explicação, sem aplicação, sem profundidade. Depois da leitura, fecha-se o Livro e fala-se de Deus em tom genérico, como se as palavras de Cristo fossem um pano de fundo e não o centro da mensagem.

A frase “Assim diz o Senhor” vai sendo substituída por cânticos bonitos, frases de efeito, sermões morais ou motivações humanas. E assim, a Palavra vai perdendo o seu fio. Os fiéis saem do culto sem saber onde a espada cortou, o que curou ou o que precisaria ser removido da alma.

Uma Bíblia usada apenas para introduzir o sermão, como um ornamento religioso. A leitura se torna mecânica. O pregador pede ao povo que leia, e logo em seguida fecha o texto sagrado, nada é explicado, nada é aprofundado.

Mas a Palavra de Deus não foi dada para ser lida apenas — ela foi dada para ser proclamada, interpretada e vivida.

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Hebreus 4:12

Se a Palavra é uma espada de dois gumes, por que a usamos como se fosse um enfeite de altar?

Que os cultos deixem de ser mecânicos e tornem-se momentos onde o Cristo fala, o povo ouve, e a espada corta com precisão — não para ferir, mas para transformar.

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O legado de uma verdadeira missionária, Sophia Muller


Vladimir Chaves

“Como são belos sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas...” – Isaías 52:7

Sophia Muller não foi apenas uma missionária — foi um instrumento de Deus para transformar histórias, quebrar barreiras culturais e abrir caminhos onde o evangelho ainda não havia chegado. Nascida em 1913 nos Estados Unidos, ela dedicou mais de 50 anos de sua vida aos povos indígenas da Amazônia, especialmente entre os rios do interior da Colômbia e do Brasil.

Chegando ainda jovem à selva amazônica, enfrentou doenças tropicais, isolamento extremo e muitas vezes a oposição de autoridades ou tribos que nunca haviam tido contato com estrangeiros. Mas com uma fé inabalável, um amor profundo por Cristo e pelos indígenas, Sophia Muller permaneceu. Seu coração batia pela salvação das almas esquecidas nas florestas.

Mesmo sem formação teológica formal, Sophia aprendeu diversas línguas indígenas, traduziu o Novo Testamento para dialetos locais, alfabetizou tribos inteiras e discipulou líderes nativos que hoje continuam o trabalho missionário iniciado por ela. Sua vida foi uma Bíblia viva, lida e seguida por muitos.

Sophia não apenas pregava — ela vivia entre os povos, comia com eles, chorava com eles, servia como enfermeira, conselheira, professora e amiga. Sua humildade e firmeza no evangelho tocaram milhares. Ela mostrou que missão não é apenas proclamação — é presença, entrega e compaixão..

Seu legado permanece nas igrejas indígenas da Amazônia, nos obreiros que ela treinou, nas Escrituras traduzidas, e nas vidas que continuam a seguir Jesus porque um dia uma mulher estrangeira ousou amar como Cristo.

Ela partiu para a eternidade em 1995, mas sua história ainda inspira missionários, jovens e líderes a dizerem: "Eis-me aqui, envia-me a mim".

Reflexão:

O que estamos deixando como legado? O que temos feito com o tempo, os dons e as oportunidades que Deus nos deu? Que possamos aprender com Sophia Muller a viver com propósito, com compaixão e com a coragem de obedecer até o fim.

Muitos estão esperando uma revelação, uma emoção, um empurrão espiritual.

Mas talvez Deus já tenha falado. Talvez você já tenha ouvido a ordem — mas o que tem faltado é coragem.

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Entre milhares de vozes, Deus reconhece a sua.


Vladimir Chaves

“E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei.” Isaías 65:24

Milhares de vozes ecoam no mundo, mas Deus não se confunde ao ouvir a sua. Essa verdade é um consolo profundo para quem já se sentiu invisível, esquecido ou ignorado. Eu vivi isso.

Em meio ao barulho da vida, há um Deus que conhece cada detalhe do nosso ser e nos ouve com atenção e amor.

Vozes gritam de todos os lados — redes sociais, notícias, problemas, pedidos, conselhos. Em meio a essa multidão de sons e clamores, parece impossível que alguém possa ser ouvido com clareza. Mas há um Deus que não apenas ouve — Ele reconhece, escuta e responde.

Ele é o Deus que conhece cada um de seus filhos pelo nome, que escuta a oração feita em segredo, que entende lágrimas, sussurros e até o silêncio cheio de dor. Nenhuma oração passa despercebida. Nenhuma voz é confundida com outra. O Senhor conhece profundamente cada coração.

Isso é mais do que atenção. É amor, é cuidado pessoal, é soberania. Enquanto muitos podem não notar sua dor, seu desespero, seu clamor — Deus percebe.

Por isso, continue orando, mesmo que pareça que o céu está em silêncio. Continue clamando, não desista. Porque o Deus que criou o universo é também o Deus que ouve você.

Ore na alegria e na dor. Ore até dormindo. Ore mesmo que ache que não sabe orar. Deus não busca eloquência ou volume — Ele deseja apenas a sinceridade do seu coração.

O silêncio banhado em lágrimas da sua oração será ouvido.

Acredite: eu vivi isso. Eu acreditei — e Ele me ouviu, me transformou e me deu uma nova vida.

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