Na cidade onde tudo se vende
e se compra, da verdade ao silêncio, há um bairro que fica no alto, perto do
céu, bem acima do barulho das buzinas, dos acordos de conveniência e das
conversas afiadas. É o bairro do Santo Monte. Tem uma vista maravilhosa, mas
pouca gente consegue subir. Não é por falta de esforço, é por falta de
critério.
Dizem que ali mora gente santa.
Gente que é inteira mesmo em tempos de metades. Gente que anda por aí com a
consciência como travesseiro e a verdade na ponta da língua, mas não para
ferir, e sim para curar. Eles não compram reputações nem vendem caráter. Falam
pouco, mas quando falam, sustentam. Mesmo que custe caro, mesmo que doa.
Esses moradores não têm
ficha suja nem coração manchado. Não se alimentam de fofocas, nem usam a língua
como faca. Quando veem alguém tropeçar, não riem. Quando percebem o mal, não
aplaudem. E quando olham para o alto, não enxergam um juiz severo, mas um Deus
presente, digno de reverência.
Ali não se aceita suborno.
Nem em dinheiro, nem em favores. Ali, justiça não tem preço e honra não tem
etiqueta. O estranho é que, mesmo vivendo num mundo tão instável, esses
moradores não se abalam. Pode vir o vento que for, pode tremer tudo ao redor,
eles permanecem.
Talvez seja isso que o
salmista tentou dizer. Que habitar o Santo Monte é mais do que uma promessa
futura, é um convite para viver, aqui e agora, com os pés no chão e o coração
no alto.
E então, quem habitará ali?
Talvez quem não apenas leia
o Salmo 15, mas se torne parte dele.
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