Barnabé: O homem dos bastidores que iluminou o Reino de Deus


Vladimir Chaves

Em um tempo em que muitos desejam os holofotes do púlpito, Barnabé nos ensina que não é preciso estar no palco para servir com excelência no Reino de Deus. Seu brilho não vinha da visibilidade, mas da integridade. Ele nos mostra que os bastidores também são lugar de impacto eterno.

Seu nome de nascimento era José, mas foi apelidado pelos apóstolos de Barnabé, que significa “Filho da Consolação” (Atos 4:36). E esse nome não foi à toa. Ele era alguém que consolava, encorajava e levantava os caídos. Em vez de buscar reconhecimento, ele buscava restaurar pessoas.

Logo nos primeiros capítulos de Atos, vemos Barnabé vendendo uma propriedade e entregando todo o valor aos necessitados. Em contraste com muitos de hoje que se aproveitam do Evangelho para enriquecer, Barnabé servia com generosidade autêntica, sem esperar nada em troca. Seu coração estava em Deus, não nas riquezas.

Homem de discernimento espiritual

Quando ninguém acreditava em Saulo (Paulo), Barnabé foi o primeiro a confiar nele. Ele enxergava com os olhos do Espírito, e não com os olhos da desconfiança. Foi Barnabé quem levou Paulo aos apóstolos, quem o discipulou e caminhou ao seu lado nos primeiros anos de ministério. A fé de Barnabé abriu portas para o maior missionário do Novo Testamento.

Foi ao lado de Barnabé, em Antioquia, que Paulo iniciou sua jornada missionária. Ali, os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos (Atos 11:25-26). Que honra! E, mesmo assim, Barnabé continuava nos bastidores, mais preocupado em servir do que em ser visto.

A Bíblia resume Barnabé como um “homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé” (Atos 11:24). Ele não buscava posições de destaque, mas pessoas. Não queria cargos, queria curas. Não acumulava seguidores, restaurava vidas. Quando João Marcos falhou, Barnabé o acolheu e o restaurou, o mesmo jovem que mais tarde se tornaria autor do Evangelho de Marcos.

Barnabé é um lembrete poderoso de que a verdadeira grandeza no Reino de Deus está no serviço, não na exposição. Ele não fundou igrejas, não escreveu epístolas, mas sem ele, talvez Paulo e Marcos não tivessem cumprido seus chamados. Ele preferiu ser ponte, e por isso mesmo, tornou-se essencial.

Que nós também possamos ser como Barnabé: invisíveis aos olhos do mundo, mas indispensáveis aos olhos de Deus.

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