O Brasil é o país com
maior número de pessoas ansiosas no mundo, de acordo com a Organização Mundial
de Saúde (OMS) e desde a pandemia do novo coronavírus, a doença tem feito mais
vítimas. Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) apontou
que neste período, as ocorrências de ansiedade aumentaram em 80%. Para chamar
atenção para o problema, este mês é realizado o “Janeiro Branco”, campanha que
chama atenção para a importância da saúde mental.
A psicóloga do Hapvida em
João Pessoa, Rafaela Machado, explica que a ansiedade é um estado emocional
característico do ser humano – todo mundo sente, em maior ou menor grau. No
entanto, o alerta deve ocorrer quando há um prejuízo na qualidade de vida,
afetando o funcionamento da rotina, trazendo consequências psicológicas,
fisiológicas e uma angústia prolongada e incessante.
A especialista destaca que
o transtorno pode ter diversos sinais, que variam entre sintomas físicos,
psicológicos e comportamentais. “Hipervigilância, medo, preocupação excessiva,
pensamento acelerado, falta de concentração, insônia, tremores, tontura,
taquicardia, falta de ar, náusea, entre outros, que comprometem o funcionamento
e vida do indivíduo e afeta a qualidade de vida”, detalha.
Conforme a pesquisa da
UERJ, alimentação desregrada, doenças preexistentes, ausência de acompanhamento
psicológico, sedentarismo e a necessidade de sair de casa para trabalhar são
fatores de risco para que pessoas sofram com estresse e ansiedade durante a
pandemia.
O diagnóstico da ansiedade
costuma ser feito pelo médico psiquiatra. O tratamento inclui acompanhamento
psicológico e psiquiátrico, sendo a psicoterapia extremamente recomendada para
quem sofre com a ansiedade excessiva. “A psicoterapia ajuda na modificação de
padrões de pensamento e comportamentos que aumentam os sintomas da ansiedade,
ajudando o paciente a reconhecer e questionar pensamentos distorcidos,
analisando as preocupações de forma mais realista e adaptativa”, revela.
Apesar de ainda não haver
uma cura para o transtorno, a psicóloga afirma que há abordagens eficientes
para controlar os sintomas e ter uma vida normal. Além da psicoterapia, algumas
soluções do dia a dia são simples, como o reconhecimento do estresse ou de
pensamentos negativos, preocupantes e o medo irracional. “Ao perceber os
sinais, é possível evitar que ele progrida através de técnicas como ioga,
meditação, acupuntura, exercícios físicos e respiratórios”, lista.
A especialista ressalta a
importância do lazer e momentos de descontração para vencer a ansiedade. “Assim
como nosso corpo, nossa mente precisa de descanso e os dois estão interligados.
Se dedicar ao que gosta, como ter companhias agradáveis, dedicar tempo para
hobbies, para o autocuidado, para si mesmo, é fundamental”, analisa.
Ansiedade – O estudo da
Universidade relatou ainda que as mulheres são mais propensas do que os homens
a sofrer com estresse e ansiedade durante a quarentena e pessoas que procuraram
a psicoterapia, mesmo online, tiveram menor índice de estresse e ansiedade.
Janeiro branco - A
campanha chama atenção para as questões e necessidades relacionadas à saúde
mental e emocional das pessoas. A divulgação do tema acontece no primeiro mês
do ano por ser o momento em que as pessoas estão mais propensas a pensarem em
suas vidas, nas relações sociais, em suas emoções e expectativas.
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