O golpe e os inocentes úteis.


Vladimir Chaves

Enquanto os chefes desfilam em suas caminhonetas Hilux, os pobres e inocentes úteis que acreditam estarem defendendo a "democracia de todos", desfilam sem animo e com um aspecto de famintos debaixo de uma chuva torrencial pelas ruas de Campina Grande. Ao final do desfile das bandeiras vermelhas, os chefes seguirão para os melhores restaurantes da cidade, onde tomarão seu uísque acompanhado de um apetitoso churrasco, momento de avaliar a manifestação. Já os inocentes úteis irão procurar um abrigo qualquer para comer suas quentinhas, outros, que tenham algum trocado, irão apreciar uma aguardente triunfo ou Pitú, acompanhado de alguma fruta, e a todo instante, repetirão o que seus chefes os fizeram acreditar, de peito estufado, cansados gritarão; "não vai ter golpe".

Não sabem os pobres coitados que o golpe contra eles já foi dado há bastante tempo. O golpe dos que prometeram a Reforma Agrária, mas que passado 13 anos, continua como promessa, o golpe da promessa da transposição das águas do Rio São Francisco, o golpe da promessa de uma educação gratuita e de qualidade que nunca chegou, o golpe da promessa de uma saúde publica de qualidade e universal que eles nunca tiveram, o golpe contra todos que acreditaram que finalmente teriam seus direitos constitucionais respeitados, mas que passado 13 anos, continuam sem direito a saúde, educação, moradia, segurança, lazer, emprego... Sem o direito a vida que os seus chefes levam.

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